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- Data de Criação 26 de agosto de 2021
- Ultima Atualização 3 de fevereiro de 2022
Artesanato tradicional rural e desenvolvimento territorial no Brasil - Uma análise do estado da arte
Nas configurações sociopolíticas e econômicas do mundo contemporâneo,
marcadas pela acumulação flexível, são recorrentes processos de descentralização,
desindustrialização, diferenciação, economias de escopo e territorialização.
Embora haja movimento crescente por tentar ampliar a mercantilização dos
marcos de distinção culturais, dialeticamente também surgem as resistências e
os espaços de esperança, baseados em ações potencialmente transformadoras do
social (HARVEY, 2012; CANCLINI, 2008). Neste cenário, os territórios rurais
têm sido reconhecidos como fontes de saberes e práticas culturais tradicionais,
sendo uma de suas principais formas de expressão o artesanato. Ao se utilizar
predominantemente de elementos naturais, o artesanato tradicional rural acaba
por expressar a interação de comunidades humanas com os territórios que habitam,
exprimindo seus valores coletivos e suas identidades culturais. Experiências de
desenvolvimento territorial com base na valorização das identidades culturais estão
se tornando cada vez mais frequentes no âmbito internacional; entretanto, no que
toca ao artesanato rural, o potencial da América Latina parece ainda subestimado.
Assim, partindo-se do pressuposto de que o artesanato tradicional rural pode
ser considerado vetor de desenvolvimento territorial, este artigo busca analisar o
estado da arte desta temática no Brasil, investigando como o artesanato tradicional
brasileiro se configura dentro da lógica contemporânea da acumulação flexível.
AUTORIA: Carolina Iuva de Mello e José Marcos Froehlich