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- Create Date 6 de janeiro de 2022
- Last Updated 6 de janeiro de 2022
A apropriação do saber fazer artesanal e da imagem do artesão pelo mercado de luxo: o design como mediador
RESUMO: O Programa do Artesanato Brasileiro está atualmente subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e à Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa, assim, a diretriz estatal aponta para a criação da figura do artesão-empresário que é amparado por algumas agências de fomento, que viabilizam a inserção do artesanato no mercado. Para tanto, utilizam-se dos serviços do designer para adequar o objeto artesanal ao gosto do cliente. Quando esses designers são bem relacionados com a mídia especializada, esses objetos possuem destino certo no mercado de luxo, já que, além de portarem a assinatura de projeto do designer famoso, apresentam características correspondentes ao discurso legitimador desse mercado que é a raridade: são produtos disponibilizados em poucas quantidades, a mão de obra é especializada já que o saber fazer é aprimorado por gerações e, advém de lugares longínquos, perfeitos para a construção de um imaginário territorial a ser embutido na precificação desses produtos. Esta pesquisa mapeia a complexa rede de trocas entre esses atores sociais: as comunidades artesãs, as instituições de fomento que possuem o design como colaborador e o mercado de luxo. Para tanto, observou-se as relações de troca de três comunidades artesãs e seu mercado consumidor de luxo. Esse novo mercado foi alcançado após os produtos artesanais confeccionados pelas comunidades artesãs terem sido intervindos, projetados e/ou ressignificados por designers conceituados pela mídia especializada e circularem em importantes feiras de design, exposições e em mídias impressas e digitais, nacionais e estrangeiras, juntamente com um imaginário construído dos povoados.
AUTORIA: Viviane Mattos Nicoletti.
RETIRADO DA BIBLIOTECA DIGITAL DA USP.